sexta-feira, 14 de maio de 2010

A casa permanecia vazia, os passos do pesado salto 15 que ela usava ecoavam pelos corredores e pisos de madeira. Jogou a bolsa em um canto qualquer, chutou os sapatos pra longe e tirou o casaco. Suavamente, implorou para que a cama simplesmente a engolisse para dentro dela. Se embolou entre travesseiros, almofadas e cobertores e puxou de baixo de sua cama uma garrafa de vodka. Era igual as outras, toda garrafa com aquele liquido venenoso a fazia lembrar dele: era como se o vidro refletisse suas feições. Sem pensar, encostou-a em seus lábios vermelhos e deixou que descesse rasgando e queimando sua garganta, seus órgãos. Repetiu esse processo até não ver mais nenhuma gota dentro da garrafa. Era como se afogasse junto com as mágoas, aquele ser infeliz que deixara seu coração em pedaços. Tentou ficar em pé, mas suas pernas desobedeciam seus comandos, caiu entre as cobertas denovo e ali ficou, intacta enquando o mundo girava e explodia ao seu redor.

Um comentário:

  1. A pergunta que fica é: quando essa dor vai passar? Ela vai mesmo passar? Acredito que sim, mas enquanto isso não acontece, sofremos demais. Essa é uma das coisas que não desejamos nem ao nosso pior inimigo.


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