domingo, 31 de janeiro de 2010

O cheiro do ambiente era de carro novo, o ar era gélido.
Olhar aquela estrada passar me dava ânsia, por isso concentrar-me em meus pés que calçavam os sapatos vermelhos de sempre me parecia melhor. Por um momento, eu senti saudade. Não aquela saudade que já me corrói todos os dias, mas uma saudade de alguns pequenos gestos. Sem hesitar, comecei a formular uma carta em meus pensamentos. Começava mais ou menos com 'Sei que nunca lhe escrevi, mas ultimaente ando triste e sentindo falta de você'. As palavras foram se desenrolando e se juntando cada vez mais e quando me dei conta, as lágrimas enxiam meus olhos. Espantei a carta do meu pensamento, olhei pela janela novamente vendo árvores e placas passarem rápidamente e fiz uma ligação boba: sempre achamos que as pessoas é que passam por nossa vida, mas é a vida que passa pelas pessoas. Assim como na estrada, em que o carro se move mas as árvores é que aparentam se mexer, as pessoas sempre estiveram e sempre vão estar no seu lugar. É vida que passa rápido demais, não elas.


Tô de volta, gente.
Desculpa abandonar isso aqui, assim.
Escrevi bastante da BBP, vou postar aos poucos, tô precisando intercalar um pouco os textos com a história. Beijooos.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

BBP - Parte 3


O apartamento de Erik não era tão longe dali, tinha as paredes cobertas por pôsteres e algumas roupas jogadas no chão.
- Aqui, eu tenho um canto especial do apartamento onde eu gosto de compor.
Puxou-a pela mão e levou-a para um quarto nos fundos. Era um pouco vazio, tinha uma mesa, um sofá e várias almofadas espalhadas pelo chão. Um violão, muitas revistas de música, algumas letras impressas jogadas, um toca discos e em uma prateleira, o seu tesouro: sua coleção de discos.
A garota entrou pela porta, colocou sua bolsa na mesa e se sentou no sofá, enquanto ele revirava os papeis que estavam jogados no chão. Nathalie ficou olhando pra prateleira, quase que hipnotizada.
- Ahh eu não te contei, né? Eu coleciono discos. Alguns antigos, outros raridades e uns novos.
- Legal.
Ela não pareceu tão interessada, mas mesmo assim se aproximou da prateleira e observou-os minuciosamente, passou os dedos por todos e voltou a se sentar.
- Então, sobre o que você costuma escrever?
- Sobre toda forma de amor. Amor platônico, não correspondido, complexo. Amor entre irmãos, primos, amigos. Eu escrevo sobre todas as formas de amar!
- E por que toda essa admiração por tal sentimento?
- Talvez porque ele ainda é um mistério para mim. Nunca tive a oportunidade de desvenda-lo.
Ela disse essas palavras e suas bochechas se coraram.
- E você? Compõe musicas e as imagina servindo de melodia para que?
- Eu nunca imaginei minhas melodias em algum caso especifico. Mas, agora que você disse, elas me parecem ótimas em qualquer história de amor.
- Que bom que eu ‘te ajudei’ a encontrar um lugar pras suas melodias.
E o silêncio pairava no ar. Mas de alguma forma, aquele silencio queria dizer algo. Ele começou a dar alguns acordes no violão e ela a cantar uma canção linda, daquelas em que você ouve e dá vontade de se apaixonar muitas e muitas vezes, nem que seja pela mesma pessoa. A verdade é que a melodia parecia ter sido especialmente para aquela letra. Ao final, Erik ficou assustado. Não era possível.
- Não me diga que você já tinha isso escrito ?
- Não, não haha. Eu acabei de cria-la.
A canção falava sobre destinos cruzados, opostos que se atraem e as diversas formas de amar.
- Mas, eu achei que você não acreditasse nessa parada de destino
- Eu também achei. A verdade é que chega um dia em que tudo que você acredita já não faz sentido. Como hoje. Como... agora.
Ê! Demorei mas postei.
Eu tinha toda a história na cabeça, mas não sabia como transcrever. Agora sei até demais, não paro um minuto hahaha.
Aproveitando, eu tô escrevendo a mesma história em uma comunidade de web novelas e mais pra frente vou fazer uma comunidade só minha pra postar a BBP. Depois disponibilizo os links. Beijos !

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

BBP - Parte 2



A vida dela era resumida. Aos sábados a noite, gostava de assistir filmes em companhia de boas xícaras de café e seu velho sofá. Mas aquele foi diferente. Trocou sua camisola gigante por um vestido florido e seu sofá pela mesa de um barzinho não tão agitado, em companhia de uma velha amiga. Sentaram-se em uma parte mais obscura, talvez não quisessem chamar tanta atenção quanto as dúzias de mulheres vulgares que dançavam freneticamente a cada acorde da música. Uma banda tocava, alguns pareciam não aguenta-la mais e outros vibravam como nunca. A tal banda tocava alguns covers de clássicos do rock, embora os espectadores pedissem calorosamente por uma música que levava o nome do bar: Naive. E foi a última que tocaram.
- Acho que já podemos ir, não?
Disse a amiga, não muito interessada em levar continuidade ao programa daquele sábado a noite. A moça sem ter outra escolha, aceitou o convite de saírem de lá e foi até o balcão pagar o que consumiram.
De longe, ele já a observava. Caminhou até o balcão e iniciou um assunto qualquer com a garota
- Você é a primeira ruiva que eu vejo entrar nesse bar.
A garota, que não havia percebido a presença dele, olhou um pouco assustada
- Jura?
- hahah, Não. Muitas já passaram por aqui, mas você foi a única que conseguiu brilhar mais do que o globo de espelhos do teto.
Ela ficou vermelha, talvez mais do que os longos fios de seu cabelo e o rapaz percebendo isso, tentou consertar
- Desculpe a indecência hahah, meu nome é Erik.
Estendeu a mão.
- Sou Nathalie, mas já tenho que ir, tchau.
Virou-se e foi andando dentre as mesas, em direção a porta.
Ele, não satisfeito, foi atrás da garota que já saía pela rua e puxou-a pelo braço
- Espera, fica mais. Eu pago alguma bebida pra você e a gente conversa mais. Gostei do tom da sua voz entrando pelos meus ouvidos.
Ela riu. Aquela amiga mandou-lhe um olhar encorajador, e ela finalmente aceitou o convite. Entraram novamente no bar e sentaram na mesma mesa obscura que antes ela dividira com uma mulher dois anos mais velha.
- Então... o que você vai beber?
- Eu não bebo muito, aceito o que você quiser me pagar.
Chamou o garçom, e os dois compartilharam do vício número 1 do rapaz.
Conversaram sobre tantas coisas, dentre elas a garota disse que o fato de estar ali naquele dia não era algo comum
- É, talvez você estivesse aqui porque tinha de estar. Porque tínhamos de nos conhecer, de ter essa conversa. Já pensou que pode ser armadilha do destino?
- Eu não costumo acreditar em destino. Não nas atuais circunstancias, mas se você diz isso, quem sou eu para retrucar?
- Você é você! Tem todo o diferencial. Realmente, não é o tipo de garota que freqüenta esse lugar.
E começaram a falar sobre os gostos dela, que de parecido com o dele, só as músicas e o fato de compor.
- Então você compõe musicas?
- Na verdade, eu escrevo poesias, poemas, contos... E dentre tudo que eu escrevo, alguns viram música. Mas sem melodia, não sou criativa a esse ponto.
- A gente podia tentar compor algo juntos. Topa?
- hahaha, mas acabamos de nos conhecer
- Justamente por isso. Acredito que as coisas fluam melhor assim, cada um apenas acreditando em seu potencial, sem saber o que vai rolar. Enfim, se quiser eu estou disposto. Não moro muito longe daqui, podemos tentar
- Olha, normalmente eu acharia isso totalmente doido e fora de cogitação. Mas, bem, nada está sendo normal hoje. Eu topo!
Ps.: Créditos ao Hiuri e ao Gui que me ajudaram a escolher os nomes ♥

domingo, 3 de janeiro de 2010

BBP - parte 1.

Sobre ela.
Ela era o tipo certo de pessoa errada. Clichê – porém verdade.
Tinha os cabelos cor de cobre, por vezes despenteados, por outras impecáveis. Ondulados ou chapados, eles iam no embalo do vento enquanto a moça caminhava pela rua de paralelepípedos. Gostava de fotografar, compor, encenar, escrever. Tinha as unhas constantemente pintadas de laranja e os lábios de vermelho. Um olhar misterioso que dizia muito sem dizer nada. Era viciada em filmes e em café, talvez por isso tivesse insônia em 9 dentre 10 noites. Não tinha grandes sonhos e depois de muitos esporros da vida, desistiu do amor. Até encontra-lo...


Sobre ele.

Ele era a personificação do Rock em ser humano.
Viciado em música, cerveja e cigarros, juntou todos os seus vícios e montou sua banda meia boca, que tocava só por diversão todo sábado em um barzinho. Colecionava camisetas e vinis antigos de algumas bandas, tinha o cabelo à lá Strokes e um all star vermelho velho e surrado que ele amava. Fora apaixonado somente uma vez na vida, por uma mulher vulgar demais para seus planos de um garoto que, no fundo, era romântico. Enquanto esperava seu coração ser arrebatado novamente, passava cada noite com uma das mulheres erradas. Até o dia em que encontrou a certa.


Ps.: É, comecei a história que eu havia dito.
Espero que gostem! BBP=Beijos, Blues e Poesia.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Eu comecei meu 2010 com 80 postagens no blog. Não sei comentários, só sei que foram poucos e com muita, muita pouca criatividade.
Além disso, em 2010 quero inovar. Comecei pelo Layout lindo que eu ganhei da Jana Barreto (muito obrigada ♥) e escrevendo uma história. Ainda não dei um nome a ela, mas já tenho alguns em mente - mais uma vez vindo de músicas assim como as outras pequenas que escrevi. Essa vai ser grande, recheada de músicas pra me inspirar e de fotografias lindas que eu andei encontrando durante meu recesso do blog.
Também comecei a ler uma revista cheia de coisas interessantes que eu pretendo postar aqui, de vez em quando, em sessões que eu ainda não decidi o nome também hahahah mas uma delas é a 'você sabia?'. Também vou atualizar o 'Indico' essa semana.
Mas ok, pausa pra respirar que 2010 vem com tudo e eu não tô preparada, não hahah.