sexta-feira, 21 de maio de 2010

It's love, not Santa Claus.

Começando pelo título, muita gente já deve ter ouvido isso em algum lugar, então explico: é uma fala do filme 500 Days Of Summer. Quando eu ouvi, não entendi, então parei pra refletir. Posso não ter chego a conclusão em que o filme quis que eu chegasse, mas aí se formou uma teoria comparativa na minha cabeça. Algumas pessoas tratam o amor justamente como se fosse algo parecido com o Papai Noel! Duvida? Então vamos lá.
Quando somos crianças, nossos pais e familiares passam o ano todo nos dizendo que devemos ser comportados, estudiosos, organizados e etc etc etc para que no final do ano o bom velhinho nos trouxesse aquele tão esperado presente. E assim fazíamos, acreditando que realmente, a recompensa só dependia de nossa boa conduta.
Imagino o amor, hoje em dia, da mesma forma: as pessoas se doam inteiramente a seu parceiro, tentando ser a melhor pessoa do mundo. Mudam hábitos que talvez desagradem o companheiro, mudam suas personalidades, suas vidas...Procuram concordar com tudo que o outro propõe, ter os mesmos gostos, nunca errar... Resumindo: se comportam direitinho esperando sua recompensa. Recompensa? É, em troca sempre querem mais. Mais amor, mais carinho, mais atenção, mais beijos, mais abraços, mais declarações. E ainda esperam que tudo seja recíproco. O amor, a dor, a saudade... Mas talvez o que mais querem em troca é a sinceridade.
Aí vem o questionamento: não podemos simplesmente sermos pessoas melhores para nós mesmos? Ou então, para outras pessoas, mas sem esperar algo em troca?

sexta-feira, 14 de maio de 2010

A casa permanecia vazia, os passos do pesado salto 15 que ela usava ecoavam pelos corredores e pisos de madeira. Jogou a bolsa em um canto qualquer, chutou os sapatos pra longe e tirou o casaco. Suavamente, implorou para que a cama simplesmente a engolisse para dentro dela. Se embolou entre travesseiros, almofadas e cobertores e puxou de baixo de sua cama uma garrafa de vodka. Era igual as outras, toda garrafa com aquele liquido venenoso a fazia lembrar dele: era como se o vidro refletisse suas feições. Sem pensar, encostou-a em seus lábios vermelhos e deixou que descesse rasgando e queimando sua garganta, seus órgãos. Repetiu esse processo até não ver mais nenhuma gota dentro da garrafa. Era como se afogasse junto com as mágoas, aquele ser infeliz que deixara seu coração em pedaços. Tentou ficar em pé, mas suas pernas desobedeciam seus comandos, caiu entre as cobertas denovo e ali ficou, intacta enquando o mundo girava e explodia ao seu redor.

terça-feira, 11 de maio de 2010

E de repente eu acordei com uma vontade de reviver. Reviver tudo - desde quando eu bati meus olhos em você a primeira vez, até aquele último tchau que eu te dei, com o coração apertado, sentindo que algo havia mudado. Até as brigas eu reviveria, porque sabia que depois viriam as palavras e juras de amor, os planos de casamento, as lamentações de saudade. Acima de tudo, reviveria quantas vezes fossem precisas aquela noite em que vi você dormir ao meu lado. Parecia um anjo, e eu tive vontade de abraça-lo e parar o tempo ali, pra sempre. Acordar do seu lado foi melhor ainda, te ouvir dizer que apesar de tudo estava feliz porque eu estava ali! Confesso, naquela noite eu não sonhei. Meu sonho já estava realizado ali, dormindo ternamente ao meu lado como se nada mais importasse.

sábado, 1 de maio de 2010

Com 5 anos eu descobri que Papai Noel não existia. Talvez eu sempre soube disso, só estava me enganando. Afinal, que graça teria o Natal sem o Papai Noel? Eu mentia pra mim mesma buscando somente a minha felicidade. Com 14 anos eu descobri que o amor não existe. Quer dizer, não pra mim. Mas aí eu faço igual quando eu tinha meus 5 anos: eu finjo que ele existe pra dar alguma graça pra minha vida. Finjo acreditar no amor em busca da minha própria felicidade e até hoje ela não apareceu.