terça-feira, 30 de março de 2010

- E por que você não pode simplesmente ser normal e se apaixonar por um homem de cada vez?
Era essa a pergunta que ela mais ouvia. E a resposta, talvez era dificil de entender: eles eram unicos. Alice, Tom, Luke. Três pessoas distintas e diferentes. Ela nunca se contentou com pouco, mas seu grande sonho era constituir uma família unida e, no minimo, normal. Coisa que a sua nunca foi. Mas, mais uma vez foi surpreendida. Encontrou em Tom todos os filmes em que sempre se espelhou, todas as bebedeiras e coisas politicamente incorretas da vida. Em Luke sempre viu a pessoa doce e encantadora, as músicas romanticas e os poemas. Eles completavam o coração dela. E não importava se eram estranhos, viviam juntos e eram considerados loucos varridos pela sociedade moralista em que viviam. Se amavam. E o amor já bastava para eles. Tanto a amizade entre os dois como a paixão incondicional de Alice por eles mudaram algo dentro dos 3, algo que talvez nunca possa ser descrito em poucas linhas. Muito amor, pouca coisa dentro dos padrões.

Não ficou da forma como eu queria, mas o que vale a intenção.
Feito para o projeto 'Interativos', com tema sugerido pela Rúvila do http://minidesastres.blogspot.com/

quarta-feira, 24 de março de 2010

about my pieces

O primeiro dia foi o mais dificil, perdendo apenas para as primeira horas.
Eu estava sem chão. Minha respiração, afobada. Eu andava de um lado para o outro, arrancava cabelos, roía as unhas. Eu não sabia o que fazer. Respirar já era dificil para mim, imagine pensar então... Chorei 18 horas seguidas.
Na manhã do dia seguinte a única coisa que eu queria - ou implorava - era que minha cama me engolisse pra dentro dela. Não tinha animo e nem forças pra levantar, pra abrir os olhos e encarar a realidade: 5 meses em 7 dias. Não parece tão justo. Dessa vez chorei menos, só 10 horas. As outras 8 passei dormindo por conta dos 4 calmantes da noite anterior.
No terceiro dia eu já me sentia forte, já conseguia ouvir minha playlist sem desperdiçar 40 litros de água do meu corpo pelos meus canais lacrimais. Já me sentia forte o bastante pra falar com ele. Saber como estávamos... Peraí, será que ainda existia um 'nós' ? Dessa vez, apenas 10 minutos de lágrimas como resposta.
Eu não sabia.
Não sabia de mim, não sabia dele.
Não sabia mais do nosso nós.

sábado, 20 de março de 2010

E que se abram as cortinas: o show começou.
O grande espetáculo em que, mais uma vez, a mocinha era corrompida com bebidas e orgias. Perdia tudo o que lhe restava, até a dignidade e era aplaudida em pé por um público sujo que se divertia ás custas do sofrimento alheio.
Embora não gostasse, não quisesse, não era permitida a argumentar. Seu contrato era vitalício, sem direitos a revogação e nem férias - teria de aturar sua árdua vida por tempo indeterminado.
Acreditou em promessas cuspidas, planos da boca para a fora, vida dos sonhos... Não que fosse tola, pelo contrário. Por acreditar em sua incrível inteligência que chegou a esse ponto.
Cansada de viver em um circo de mentiras onde a atração principal era a sua vida indo por água a baixo, deu fim a sua vida de uma forma espetacular, como se por obrigação, tivesse de dar um final glorioso ao seu show.

Aplausos! O espetáculo chegou ao fim.

segunda-feira, 1 de março de 2010

BBP - Parte 4


Ele ficou meio confuso com as palavras dela, mas resolveu deixar pra lá. Afinal, ela era apenas mais uma estranha que estava em sua casa, sei lá porquê, compondo uma música sem sentido com ele. Olhou pro relógio – 3 da manhã.
- Hey, Natahalie... gosta de café?
- Demais
- Vou preparar pra gente. Acho que, pelo jeito, não dormiremos mais essa noite. A gente toma um pouco, conversa, e depois dá continuidade a música. Pode ser?
- Claro – Disse a moça acompanhando-o até a cozinha.
Ele preparou o café rapidamente. Então, sentaram-se na mesa e tomaram-no em silêncio.
- Erik...
Nathalie quebrou o silêncio colocando a xícara na mesa de madeira.
- Sim?
- Me fala mais sobre você. Eu saí de um bar lotado, diretamente pro seu ap, compus uma música em 3 segundos e agora estou tomando café com você as 3 da manhã. E eu ao menos sei sua idade, qual seus planos, seus sonhos...
- Ok, vamos lá. Meu nome é Erik, eu tenho 19 anos. A maioria dos meus planos inclui minha banda, do tipo tocar pelo mundo. Loucura, eu sei. Mas eu também tenho meu lado sóbrio, sempre sonhei em casar, ter filhos... Quanto aos meus sonhos... eu não tenho sonhos.
- Não tem sonhos?
- Não.
- Sabe a garota que estava comigo no bar? Bem, o nome dela é Marie e ela sempre me disse que eu sonho tanto, tanto. E com tantas coisas e tantas vezes, que eu acabo roubando os sonhos dos outros. Assim, não sobre nada pra ninguém. Tudo meu! Haha
- Acho que você roubou meus sonhos também, ladrãozinha.
- Provavelmente...
- Aliás, quais são todos esses sonhos?
- Na hora certa você saberá. Se é que continuaremos a nos falar depois de hoje.
- Por que não nos falaríamos?
- Sei lá... Eu sou acostumada a ver garotos como você sempre com várias pessoas diferentes. Um dia é tudo, no outro nada. Não sei se você me entende, mas talvez eu seja só ‘mais uma’ pra você. Mesmo o nosso envolvimento sendo única e exclusivamente musical.
- Oh, peraí mocinha!
Ele se levantou, empurrando a cadeira e fazendo um gesto com a mão de ‘pare’.
- Eu não sou esse tipo de cara. Eu sei, a imagem que eu passo não é essa. Mas dentre meus planos, já te disse, está casar. Eu jamais faria isso. Ainda mais com você...
Erik deu a volta na mesa, se aproximou da garota e se abaixou em sua frente.
- Mas... se você ainda duvida, eu posso te provar o contrário.
E seus dedos passaram levemente sobre o queixo de Nathalie, foram caminhando pela lateral de seu rosto. Os lábios do rapaz se aproximando, até tocarem os macios e pintados de vermelho da garota.