quinta-feira, 29 de abril de 2010

Passos largos, braços cruzados, soluços intercalados com grandes e salgadas lágrimas. Poças de água, um silencio quase que mortal e um coração partido que jurava ter perdido sua parte mais importante. O caminho acabou sendo mais longo do que de costume, as mãos que antes se seguravam de forma tão segura, agora se encontravam tão distantes… Atravessaram a rua. O cruzamento entre os carros não era nada convidativo, mas foi ali que aconteceu o abraço mais aconchegante de todos. Seu coração poderia bater novamente: estava tudo bem.

- Para de chorar, por favor.

-Não faz mais isso comigo. Dói tanto.

As lágrimas eram involuntárias e parece que a cada palavra, a cada milésimo se segundo em que o abraço se tornava mais apertado, elas caíam mais e mais, ainda maiores e sentidas. Ela levantou os olhos vermelhos e com borrados de maquiagem e observou por um instânte aquele no qual era o motivo de suas lágrimas, de seus sorrisos, de seus sonhos, de tudo. Nunca fez e nunca fará sentido continuar sem acordar todas as manhãs com a certeza daquele abraço e daquele olhar terno, infinito que só ele tem. As palavras saíram devagar, com uma voz ainda rouca depois de tantas lágrimas, mas não deixaram de ter seu impacto

- Eu te amo

Um comentário:

  1. Quando finalmente conseguimos dizer essas três palavrinhas, se realmente assim sentimos, temos um alívio enorme. Essas coisinhas não ditas são barreiras entre as pessoas. As barreiras causam separação. E a separação causa dor.

    Imagino que ela só volte a chorar assim de felicidade.
    Beijo.

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