Never Let This Go - Capítulo 2.

Cheguei em casa e lá estava ela : sentada diante daquele calendário que o tal Eichi deu para ela, escrevendo em seu diário. Meroko veio em minha direção.
- Ei, Takuto. Acho que há algo errado com ela. Está escrevendo nesse caderninho há horas...
Não dei ouvidos a ela. Como sempre, vendo problemas onde não havia, mas também notei a distração de Mitsuki que nem me viu entrar pela janela.
- Mitsuki?
Ao ouvir a minha voz, deu um pulo e fechou o caderninho.
- Erm, oi Takuto, faz tempo que está aí?
- Não, acabei de chegar. Ainda pensando no Eichi-Kun, é?
Acho que ela percebeu o tom de zombaria na minha voz e mudou de assunto.
- Onde foi a Meroko? Ela estava aqui agora mesmo...
Argh, Meroko e seus chiliques.
- Vou atrás dela.
Logo que saí a avistei, sentada chorando no telhado. Já era de se imaginar.
- Meroko, o que foi agora?
- O que foi? Takuto, você está cansado de saber sobre os meus sentimentos, e ainda faz questão de só dar atenção pra quela garotinha, que por sinal você deveria estar ajudando a encontrar seu antigo amor. Mas não, você prefere continuar com essa paixão impossível ao invéz de ver quem realmente se importa com você! Eu sempre te amei...
Ela disse essas palvras e se virou. Era a 58ª vez que a Meroko se declarava para mim, mas a primeira em que eu parava para pensar. Será que tudo o que eu estava fazendo valia mesmo a pena? A Meroko, apesar do gênio forte e de seus ataques de ciúmes, era uma ótima companheira, e eu estaria mentindo se dissesse que não sinto nada por ela.
Me aproximei e fiz um gesto que era para ser um abraço reconfortante.
- Meroko...não torne as coisas mais difíceis para mim. Mesmo eu tentar negar você sabe a confusão que minha cabeça está.
Ela erguei seus olhos molhados e vermelhos e murmurrou:
- É... Talvez eu esteja tornando isso mais difícil para mim também. Obrigada, Takuto.
Disse isso e me abraçou. As gotas de chuva começaram a cair, se misturando com as lágrimas de Meroko que ainda molhavam o meu peito.